17.6.09
Cadeiras não sabem sentar
Todo objeto quer virar gente. Na verdade, alguns quase são. Segunda-feira vi uma cadeira perdida em frente ao rio. Não me deu vontade de sentar, mas de abraçá-la. Era verde. Triste o fato de que nunca poderá ser azul, esperar um sábado, pedir café... Um divã não faz análise. Carro não olha paisagem. Avião não sabe que voa. Livro não lê. Coisas que já nasceram mortas.
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10 comentários:
A idéia de que todo objeto já nasce sem vida é um pouco desesperadora mesmo!
Mais ainda porque são objetos que na maioria das vezes nos fazem muito bem!
Adorei o texto viu!
Abraços!
"Todo objeto quer virar gente"... Como eu nunca pensei nisso?? rs
Desde pequena eu sempre imagino tudo com vida, acho que assisti muito "A Bela e a Fera" onde um bule conversava com um candelabro e mais crescida fiquei impressionada com "Toy Story". Só pode ser isso!
Adorei...esse e os outros.
Eu volto.. ;)
Bjo
Gente que não sabe ser gente e que, como dizia o poeta, "que estão no mundo e perderam a viagem" também me dão pena, mas sem vontade de abraçá-las. É mais fácil abraçar objetos que não sabem de sua condição de objetos do que criaturas que se comportam como seres inanimados, acho. Ou então sou insensível e malvada demais...
Flávio, eu li TODOS os seus textos. Tudo bem que o blog acabou de começar e nem são muitos, mas... estou no meio do trabalho e não costumo ler todos os textos de um blog que acabei de conhecer. A não ser que sejam muito bons. Sensibilidade e jeito com as palavras dominam teu espaço. E ainda tem Chico e Vandré...
:)
Triste é constatar que há muita gente assim, que já nasceu morta, que tem menos vida que uma fria cadeira...
Lindo!!
Ô, Flávio, obrigada pelo comentário. Li seus textos e gostei muito daqui. Belas palavras.
E o irônico é que nossa existência parece meio sem vida sem os objetos - mortos.
Obrigado pela visita.
Preciso dar uma lida melhor no seu blog. Mas, pelo pouco que eu vi - gostei.
Daniel
Flávio, obrigada pela visita lá na janela, vim conhecer seu espaço. Adorei, confesso que a imagem da cadeira me deu uma tristeza de objeto que não sabe, mas intui ...
beijos da janela
Interessante nunca tinha visto os objetos por este lado. Triste mesmo, existir somente por existir, tadinha dela.
Adorei aqui!
só você, flavinho... estilo inconfundível, sempre com gosto doce de surpresa boa.
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