26.6.09

Açúcar


Toda noite se perdia em Lua. Chegava sujo de esquina. Mesmo assim tirei os sapatos, cobri bem. “Dexa dexa”, melhor botar lenço, abrir torneira, brincar de melado. É manhã de fazer bala de coco, não de remoer garrafas.

Pegou os potes e foi bater goma no quintal, descalça. Jogava uma língua branca quente de mão pra mão. Fazia fumaça de calor e dedos vermelhos. Depois forno e toalha lisinha na mesa. Ele comia doce quando acordava. Nunca disse viço. Um dia pegou chapéu e não voltou. Virou mil velas e mudou o significado do açúcar.

7 comentários:

Fernanda Fassarella disse...

Ahhh, me diz uma coisa aqui bem baixinho: esse você fez praquela dona Mariana lá, a que te dava as balinhas no aniversário, né? Sempre bom vir aqui, e o pior é que agora não consigo deixar de passar por essa porta sem dar uma espiadinha!

Beijo

Fernanda Fassarella disse...

Ah, esqueci... já que você falou... não quer me musicar aquele texto da nêga, que te lembra sua dona Mariana e me lembra a Maria Ilda?

Eu acho que você sabe por acaso tocar um violão... hehehe

Behba ♥ disse...

S2 por me lembrar gilberto freire.

la fille au verre d´eau disse...

olha..te achei por aqui também
adorei, vou voltar sempre =)

Paixão, M. disse...

É uma coisa de doido isso de fazer bala de coco. Parece mágica mesmo... "língua branca"... Que bonito o jeito que você escreve memórias.

beijo, seu moço.

Larissa Dardengo disse...

Bala de coco é uma das minhas paixões de infância que me acompanham até hoje.

=**

[ rod ] ® disse...

Metáforas e acontecidos. O antes aqui exposto foi-se ao raiar do dia... até a próxima alvorada.

Abçs meu caro... primeira vez aqui e a ti convidar.




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