21.8.09

Bolha


Na minha casa os objetos mudam de lugar. Álbum de fotografia do quarto colocado na sala fica na cozinha. Cadeira da varanda atrapalha corredor. Três portas não fecham. Certo dia o cinzeiro atraiu moedas. Todos os isqueiros ficam perdidos dentro dos bolsos. Há mais janelas que cortinas. Café, pão. Esqueceram o som ligado e os pratos. O casal de elefantes comprado em Ipanema mora embaixo do quadro do mostro. É um rosto bordado que acaba em vários outros. Dedos imitam cata-ventos. De longe parece um naufrágio, de perto é uma mulher aplaudindo cigarros vermelhos caídos do céu.

9 comentários:

Roberta Malta disse...

Inconstante: o casal de elefantes não sabe se fica junto ou se vai pra Ipanema; o monstro não sabe se fuma ou se compra mais cortina. O monstro e o elefante. De um lado pro outro, de um lado pro outro. Até a bolha estourar.

Gosto de seus títulos, dos seus textos-bolha, efemeros e curtos até estourarem ou murcharem diante de nossos olhos. E sintirmos a vontade de encher de novo e de novo.

bjos

Daniel. disse...

parece que essa casa é interessante. te convido então para um uisque ai mesmo nesse lugar onde os cigarros vermelhos caem do céu.

Ludmila Clio disse...

Dizem que a casa é o nosso reflexo... alma de poeta é assim mesmo, uma aparente bagunça... mas a gente se acha.
Parabéns pelo texto!

Lilianne Mirian' disse...

- A casa Refleti o Espirito de seu Morador..
O morador desta casa, nao gosta de formalidades
=]
adorei o texto

beiijo'

Idéias Derramadas disse...

Adorei o texto... o casal de elefantes de Ipanema são os melhores!

bjux

la fille au verre d´eau disse...

opa
tambem me convido pra essa casa
=)
seus textos sao otimos
beijo!

Ludmila Clio disse...

Aqui... quero fazer um protesto! Vc sumiu... faz isso não! Eu estou com muita saudade de ler algo novo aqui... bota esse coração pra pulsar!!!!!!!
Abração!!!

Anônimo disse...

Legal você ter gostado do texto. Li esse seu e gostei bastante. Quando tiver tempo lerei os outros.

Thalita Covre disse...

Prosas-líricas sempre me remetem à desespero.